terça-feira, 16 de março de 2010

Sopro do Coração: Capa final

Após várias tentativas, optámos por criar uma capa simples mas criativa, abstracta mas que, de acordo com a nossa interpretação, tem muito a ver com a mensagem veiculada pela música dos Clã.




Acrescentámos ainda a imagem correspondente ao CD:

Experiências: Sopro do Coração



"Sopro do Coração", dos Clã, é uma música muito bonita, que pode ser interpretada de mil e uma maneiras consoante aquilo que o ouvinte sente e pensa no momento em que ouve a doce voz da Manuela Azevedo. O que pretendo fazer é interpertá-la e adaptá-la àquilo que aprendi nas aulas de DCV, criando uma composição com os elementos básicos de comunicação visual.



Como tal, eu e o meu colega Luís optámos por, primeiramente, analisar a letra da música escolhida para o nosso trabalho.


Sopro do Coração


"Sim, o amor é vão
É certo e sabido
Mas então (porque não) porque sopra ao ouvido
O sopro do coração
Se o amor é vão
Mera dor
Mero gozo
Sorvedouro caprichoso

No sopro do coração...

Mas nisto o vento sopra doido
E o que foi do corpo num turbilhão
Sopra doido
E o que foi do corpo alado nas asas do turbilhão
Nisto já nem de ar precisas
Só meras brisas,
Raras
Raras
Raras

Corto em dois limão
Chego ao ouvido
Ao frescor
Ao barulho
Á acidez do mergulho

No sangue do coração
Pulsar em vão
É bem dele
É bem isso
E apesar disso eriça a pele

No sopro do coração..."



Sopro do Coração, Clã




Para conseguirmos criar a capa do CD que mais se adequasse à nossa interpretação da música experimentámos construir diversas composições, baseadas nos elementos estudados.

Algumas melhores, outras piores, mas se não tivéssemos experimentado muitas vezes, não tínhamos conseguido criar a nossa actual capa para o CD.

Aqui estão alguns esboços que fizemos nas aulas:
















Procurámos ter em conta os elementos básicos de comunicação visual, que estudámos nas aulas de DCV, mas também acrescentar o nosso cunho pessoal, criativo e de acordo com a mensagem que nos chegou através da música dos Clã.

Mais tarde irei acrescentar ao blog a nossa montagem final para a capa do CD.

terça-feira, 9 de março de 2010

Elementos Básicos da Comunicação Visual

Boa noite!

Estou pela primeira vez a escrever neste blog com o intuito de começar desde já a compreender e aplicar a matéria já leccionada na disciplina de Design e Comunicação Visual.

Como ponto de partida para o meu primeiro trabalho, cujo objectivo será criar a capa de um CD, estudei os elementos básicos da Comunicação Visual, que aprendi nas aulas e que melhor compreendi após algumas pesquisas.

Segundo a pesquisadora Donis A. Dondis, é necessário criar um “alfabeto visual”, a fim de educarmos o nosso olhar. Donis considera que existem uma série de elementos que constituem este “alfabeto”, e refere:
• - “Ponto: É a unidade de comunicação mais simples. Qualquer ponto tem grande poder de atracção sobre o olho. A capacidade única que uma série de pontos tem de conduzir o olhar é intensificada pela maior proximidade desses elementos.

Linha: Quando os pontos estão tão próximos entre si que se torna impossível identificá-los individualmente, aumenta a sensação de direcção e a cadeia de pontos transforma-se em outros elemento visual: a linha. Nas artes visuais, a linha tem uma enorme energia. É o instrumento fundamental da pré-visualização, o meio de apresentar, em forma palpável, o que ainda não existe, a não ser na imaginação.

Forma: A linha descreve uma forma. Na linguagem das artes visuais, a linha articula-se à complexidade da forma. Existem três formas básicas: o quadrado, o triângulo equilátero e o círculo. Cada uma delas tem as suas características específicas e a cada uma atribui-se uma quantidade de significados, alguns por associação, outros por vinculação arbitrária e outros ainda através das nossas próprias percepções psicológicas e fisiológicas. Ao quadrado associa-se enfado, honestidade, rigor e esmero. Ao triângulo associa-se acção, conflito, tensão. Ao circulo infinitude, protecção. A partir da combinação e variações infinitas dessas três formas básicas derivam todas as formas físicas da natureza e da imaginação humana.

Direcção: Todas as formas básicas expressam três direcções visuais básicas: o quadrado expressa a horizontal e vertical; o triângulo a diagonal e o círculo a curva. A referência horizontal-vertical remete à estabilidade, ao equilíbrio; a diagonal remete à formulação oposta, é a força direccional mais instável. Já as forças direccionais curvas têm significados associados à abrangência, À repetição.

Tom: As margens com que se usa a linha para representar um esboço rápido ou um minucioso projecto mecânico aparecem, na maior parte dos casos, em forma de justaposição de tons, ou seja, de intensidade da luz ou sombra de qualquer coisa vista. Na natureza, a trajectória que vai da escuridão à luz é um dos melhores instrumentos de que o visualizador dispõe para indicar e expressar essa dimensão. A linha não criará, por si só, uma ilusão convincente da realidade; para isso precisa de recorrer ao tom. Este efeito é ainda mais extraordinário nas formas simples e básicas como o círculo que, sem a informação tonal, não pareceria ter dimensão.

Cor: A cor está impregnada de informação e é uma das mais penetrantes experiências visuais que todos temos em comum. Compartilhamos os significados associativos da cor das árvores, da relva, do céu e de um número infinito de coisas nas quais vemos as cores como estímulos comuns a todos. E a tudo associamos um significado. Também conhecemos a cor em termos de uma vasta categoria de significados simbólicos. O vermelho, por exemplo, significa algo mesmo quando não tem nenhuma ligação com o ambiente. Vermelho significa amor, perigo, calor e vida, entre outras coisas.

Textura: A textura é o elemento visual que serve para substituir as qualidades de outro sentido, o tacto. Podemos reconhecer a textura tanto através deste sentido quanto da visão. É possível que uma textura não apresente qualidades tácteis, como no caso das linhas de uma página impressa, dos padrões de um determinado tecido ou dos tacos sobrepostos de um esboço. O significado da textura baseia-se naquilo que vemos. Quando tocamos a fotografia de um veludo sedoso não temos a experiência táctil convincente que nos prometem as pistas visuais.

Escala: Todos os elementos visuais são capazes de se modificar e se definir uns aos outros. O processo constitui, em si, o elemento daquilo a que chamamos escala. A cor é brilhante ou apagada, dependendo da justaposição. Em outras palavras, o grande não pode existir sem o pequeno. Porém, mesmo quando se estabelece o pequeno, a escala pode ser toda modificada pela introdução de outra modificação visual. A medida é parte integrante da escala, mas a sua importância não é crucial. Mais importante é a justaposição, o que se encontra ao lado do objecto a visualizar, em que cenário se insere.

Dimensão: A representação da dimensão em formatos bidimensionais como o desenho, a pintura, a fotografia e o cinema depende da ilusão. Ela pode ser reforçada de muitas maneiras, mas i principal artifício para simulá-la é a convenção técnica da perspectiva. Os efeitos produzidos pela perspectiva podem ser intensificados pela manipulação tonal, através do claro-escuro, enfatizando a luz e a sombra.

Movimento: Como no caso da dimensão, o elemento visual do movimento encontra-se mais frequentemente implícito do que explícito no modo visual. O olho explora continuamente o ambiente. A convenção formalizada na leitura, por exemplo, segue uma sequência organizada. O olho também se move em resposta ao processo inconsciente de medição e equilíbrio através do “eixo-sentido” e das preferências esquerda-direita e alto-baixo. Uma vez que dois ou mais métodos visuais podem ocorrer simultaneamente, fica claro que existe acção não apenas no que se vê, mas também no processo da visão."

(em: Sintaxe da Linguagem Visual, Dondis A., Donis)



Uma vez estudados os elementos básicos da comunicação visual, procurei identificá-los, por exemplo, nesta pintura de Juan Miró, "o Jardim":



Neste quadro podemos observar praticamente todos os elementos de comunicação estudados.
O ponto, em diferentes proporções, é a base da pintura,destacando-se por exemplo nos "olhos" dos seres representados.
A linha assume diversas formas, no corpo do ser rastejante, a preto, ou mesmo como caule das "flores". Mas este elemento está presente ainda em todas as figuras, tornando-se parte essencial do quadro.
As formas variadas estão bem presentes nesta obra: quadrados coloridos (vermelhos, azuis, pretos e verdes), triângulos (que compõe a estrela) e muitos circulso (na composição de alguns seres e das "flores", bem como por toda a tela). Note-se que, em todas estas formas, se identificam diferentes direcções, contribuindo para uma certa confusão e "desequilíbrio" da imagem.
Esta obra é muito colorida, apresentando variadas cores em diversos tons. A cor azul, por exemplo, apresenta um contraste de tons, reflectindo uma maior luminosidade no centro da imagem.
Todo este conjunto dá uma grande ideia de movimento o que nos leva a nós, enquanto espectadores, a focar-nos em diferentes pontos de relevo.


Após este estudo, pretendo agora incluir as ideias que apreendi no trabalho que irei realizar em pareceria com o meu colega Luís Gomes. Brevemente publicarei as nossas experiências.